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Vacinação: pacto coletivo de saúde pública

Nos últimos anos, a cobertura vacinal da população brasileira está em declínio e, infelizmente, essa informação não é fake news.

Recentemente, em entrevista à CNN, a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm),  Flávia Bravo, afirmou que não foi apenas a pandemia que contribuiu para essa situação. Segundo ela, a crise econômica, o corte de financiamento de saúde pública e o fato de os pais, hoje em dia, não temerem doenças que não conhecem, justamente por causa das vacinas, são fenômenos que ajudam a explicar essa situação. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as vacinas salvam mais de três milhões de vidas todos os anos no mundo, além de ter ajudado a reduzir casos de várias doenças transmissíveis, como o sarampo, sendo uma das únicas estratégias para a erradicação de doenças no mundo. Por tudo isso, a vacinação é um pacto coletivo de saúde pública e não apenas uma decisão individual.

Desde 1973, o Brasil conta com o Programa Nacional de Imunizações (PNI) que, desde sua criação, tem possibilitado a prevenção de importantes doenças transmissíveis como paralisia infantil, sarampo, tétano, coqueluche etc. No entanto, devido à baixa cobertura vacinal, entre as doenças que estão de volta está o sarampo e a possibilidade de poliomielite, além de difteria, por exemplo.

Para reverter este quadro, Flávia Bravo que, além de diretora da SBIm, é pediatra, defende que haja “comunicação, informação e capacitação de profissionais de saúde”. Combater as fakes news, que assolam as redes sociais é fundamental, pois elas contribuem fortemente para o aumento do movimento antivacina. 

Como as vacinas funcionam

As vacinas são a maneira mais segura e eficaz de proteger contra doenças infecciosas e são resultantes de partículas do próprio agente agressor, sempre na forma atenuada (enfraquecida) ou inativada (morta).

Quando o organismo é atacado por um vírus ou bactéria, o sistema imunológico do corpo dispara uma reação em cadeia para frear a ação dos agentes estranhos. Porém, nem sempre essa reação é bem-sucedida e, quando isso ocorre, ficamos doentes.

O que as vacinas fazem é se passarem por agentes infecciosos para estimular a produção das defesas do organismo, por meio de anticorpos específicos contra o agente agressor. Assim, elas ensinam o corpo a se defender de forma eficaz para quando o verdadeiro ataque acontecer. Nesse momento, a defesa é reativada por meio da memória do sistema imunológico fazendo com que a ação inimiga seja muito limitada ou, como acontece na maioria das vezes, totalmente eliminada, antes que a doença se instale.

Um dos grandes temores das famílias e, talvez, uma das maiores fake news relacionadas às vacinas é a possibilidade de elas causarem autismo. Um estudo realizado entre 2001 e 2012, com mais de 95 mil crianças, demonstrou que não existe relação entre vacina e autismo que, inclusive, já tem sua causa estabelecida e ela é genética. 

Outro ponto de preocupação é o mercúrio presente nas vacinas, no entanto, ele apenas é usado como conservante, sempre em pequenas quantidades, nos frascos que contêm várias doses de vacinas. O objetivo é evitar a contaminação por fungos, bactérias e outros microrganismos. A OMS permite a utilização desse conservante por considerar o mercúrio seguro e não cumulativo, já que o organismo o elimina rapidamente após a aplicação da vacina. Vale saber: a principal fonte de intoxicação de humanos por mercúrio é por meio da ingestão de peixes contaminados devido ao uso do metal na mineração.

Em 2021, as principais vacinas do calendário infantil tiveram índices abaixo de 73%, enquanto a recomendação é uma cobertura vacinal entre 90% e 95%. Pense nisso, vacine seu filho e ofereça a ele a mesma possibilidade que você teve de não conhecer doenças erradicadas pela cobertura vacinal eficaz do passado.

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