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Educação financeira é assunto de criança?

A resposta é sim. Ainda que a ideia de falar de finanças com crianças possa parecer estranha para algumas pessoas, a verdade é que é muito importante ensinar aos pequenos sobre como lidar com o dinheiro. E isso não é algo que deva ser adiado para o futuro, afinal, quanto mais cedo aprenderem sobre finanças, melhor será a sua relação com o dinheiro lá na frente.

A maioria dos adultos de agora cresceu numa cultura em que não se falava de dinheiro com as crianças e isso não se limitava a saber quanto papai e mamãe ganhavam, pelo contrário, nada era dito como funciona o mundo do dinheiro. Conclusão: ao serem inseridos no universo dos boletos, muitos não sabiam tomar decisões mais conscientes sobre como gastar, poupar e investir. 

Quando uma criança aprende desde cedo a se relacionar com o dinheiro, ela tende a ter mais habilidades de planejamento e organização, o que pode ser muito útil na vida adulta. Um jeito bacana de ensinar sobre finanças é por meio de atividades lúdicas e divertidas, por exemplo, brincadeiras com dinheiro de mentira, como supermercado, vendinha, feira ou jogos de tabuleiro que envolvem compras e vendas podem cumprir essa função.

Muito além do gastar ou poupar

É importante saber que a educação financeira vai muito além do saber controlar o que entra, o que saí e o que fica. Principalmente em relação às crianças. É vital que falar sobre dinheiro dê conta da realidade não só da família como também da sociedade em que estamos inseridos. Quem explica isso muito bem é o consultor financeiro, Eduardo Amuri: “não há problema em fazer questão de uma casa com três quartos, para que a criança tenha um só para ela, mas é fundamental que ela saiba que existem famílias inteiras que vivem em um cômodo só e que não será um grande problema se, em algum momento da vida, ela precisar morar em um apartamento menor. Ela precisa sentir que o propósito de uma casa é servir de abrigo e oferecer algum conforto e que uma lareira não é pré-requisito para viver bem”.

Amuri enfatiza que precisamos nos preocupar em abrir possibilidades e deixar claro que tranquilidade financeira não é uma montanha de dinheiro, caso contrário, corre-se o risco de criar pequenos escravos dos cifrões, insatisfeitos crônicos. “Quando o assunto é relação saudável com o dinheiro, melhor do que almoçar com 100 reais é saber que, se precisar ou quiser, pode almoçar com 10”, afirma.

Mesada faz sentido?

Eduardo Amuri prefere o conceito de semanada, porque acredita que faz mais sentido organizar a vida financeira em semanas. E, mais importante do que oferecer um valor que seja capaz de atender alguns desejos, é oferecer um valor que não seja capaz de atender todos. “O importante é oferecermos, em um ambiente protegido e amoroso, uma oportunidade para que a criança lide com a sensação de não conseguir atender, imediatamente, todos os seus anseios. Em um contexto de recursos finitos, escolher é, necessariamente, abrir mão de todas as outras possibilidades, e é fundamental que a criança se depare, logo cedo, com esta pequena frustração inevitável”, finaliza o consultor financeiro.

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