Para o psicólogo britânico Donald Winnicott, os pequenos sinais de reconhecimento que os bebês dão são uma parte importantíssima do desenvolvimento da personalidade humana e que as primeiras interações entre a mãe e o bebê são vitais para a formação da identidade e da autoestima do bebê.
Segundo Winnicott, o bebê dá os primeiros sinais de reconhecimento materno por volta da terceira semana de vida, quando passa a expressa que se sente seguro e amado. Esses sinais incluem buscar o rosto da mãe com o olhar, sorrir em resposta ao contato visual e ao som da voz materna, demonstrar desconforto ou choro ao ser separado da mãe, além de buscar conforto e segurança em seus braços. Tudo isso demonstra que o bebê está começando a perceber a mãe como uma pessoa significativa e importante em sua vida.
Frente a essas expressões, cabe à mãe responder de maneira sensível e atenta, oferecendo conforto, segurança e estabelecendo uma conexão emocional com o bebê. Isso pode incluir atender às necessidades de alimentação, troca de fraldas, sono, além de interagir com carinho e afeto, falando com o bebê em um tom de voz suave, acariciando e segurando o pequeno com cuidado e atenção, além de ler para o bebê – sim, a leitura tem um papel muito importante na criação de vínculo.
E as outras pessoas?
Por volta dos 2 a 3 meses de idade, o bebê começa a reconhecer outras pessoas além da mãe, especialmente aquelas que cuidam dele com frequência, como o pai, familiares próximos, como os avós, e cuidadores. Os sinais de reconhecimento do bebê em relação a outras pessoas podem incluir:
– Focar o olhar na pessoa;
– Sorrir em resposta ao contato visual ou ao som da voz;
– Demonstrar conforto e segurança nos braços da pessoa;
– Chorar ou demonstrar desconforto quando a pessoa se afasta.
Ainda assim, não tem jeito: por mais que o bebê comece a reconhecer outras pessoas, a figura materna ainda é a principal fonte de segurança e cuidado para o bebê. Por isso, é importante que a mãe esteja presente e disponível durante as interações do bebê com outras pessoas, especialmente nos primeiros meses de vida. Isso ajuda a garantir que o bebê se sinta seguro e protegido e contribui para a construção de um vínculo saudável com as pessoas ao seu redor.
Atenção!
Se você chegou até aqui e já está alcançando o chicotinho da culpa porque nem sempre entendeu o que o choro do seu bebê queria comunicar, ou precisou voltar a trabalhar mais cedo do que gostaria, pode parar. Respira. Você é uma ótima mãe e Winnicott também sabe disso.
O psicólogo britânico é o responsável pela teoria da mão suficientemente boa que, segundo ele, não é perfeita. Sim, Winnicott afirma com todas as letras que é normal que haja falhas e dificuldades na interação mãe-bebê. O importante é que a mãe esteja disponível e seja capaz de reparar as falhas e reconstruir o vínculo com o bebê, permitindo que ele se desenvolva de maneira saudável e segura.
Portanto, não há nada melhor que um dia após o outro na maternidade. Não é mesmo?