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A magia da narrativa transforma os dias das crianças hospitalizadas

No universo hospitalar infantil, a contação de histórias é um portal para a esperança e alegria dos pequenos em tratamento

Criança não devia ficar doente. Essa é uma opinião unânime no mundo. Mas, infelizmente, os pequenos também adoecem e, muitas vezes, precisam ser hospitalizados – seja por algo brando ou por uma situação mais grave. Como transformar os dias áridos e angustiantes no hospital, para aqueles que gostaríamos que estivessem correndo pela casa, escalando árvores, construindo castelos, dançando sem se preocupar?

Podemos encontrar essa resposta na literatura. A contação de histórias em hospitais pediátricos é mais do que um mero entretenimento, ela é uma ponte para mundos de fantasia e aventura, que oferece às crianças um escape da realidade hospitalar. Essa prática, não traz apenas alívio emocional temporário em momentos de ansiedade ou dor, ela também transmite esperança e positividade. Histórias que abordam temas como coragem e superação são especialmente inspiradoras para os pequenos pacientes, que se sentem incentivados a enfrentar seus próprios desafios com um olhar mais otimista.

Além do impacto emocional, a prática também tem um papel importante no desenvolvimento cognitivo. Ao ouvir histórias, as crianças têm sua imaginação e vocabulário estimulados, o que é fundamental para o seu crescimento, principalmente quando a educação regular é interrompida. A interação social é outro benefício importante da contação de histórias em hospitais, pois ajuda a diminuir a sensação de solidão em relação ao que acontece do lado de fora das paredes do quarto de hospital.

Um estudo realizado em 2021, com a colaboração do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), Universidade Federal do ABC (UFABC) e a Associação Viva e Deixe Viver, revelou pela primeira vez os benefícios fisiológicos e emocionais da contação de histórias em crianças internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Esta pesquisa inovadora foi publicada no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, uma publicação científica renomada da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. Os pesquisadores à frente do estudo foram o Dr. Guilherme Brockington, da UFABC, e o Dr. Jorge Moll Neto, do IDOR. Segundo o Dr. Guilherme Brockington, coordenador da pesquisa, o estudo apontou que, durante a contação de histórias, acontece algo que eles chamaram de “transporte da narrativa”, ou seja, a criança, por meio da fantasia, pode experimentar sensações e pensamentos que a transportam, momentaneamente, para outro mundo, outro lugar, diferente do quarto do hospital e, portanto, longe das condições aversivas de uma internação.

A Associação Viva e Deixe Viver é uma organização que se concentra na formação de voluntários especializados em contar histórias, promovendo não apenas a leitura, mas também a interação afetiva com as crianças hospitalizadas. Os voluntários do Viva e Deixe Viver são treinados para criar um ambiente lúdico e acolhedor, adaptando as histórias e atividades às necessidades e condições de cada criança, o que torna a experiência ainda mais significativa e impactante, com momentos de alegria e conforto emocional, durante esse período desafiador para os pequenos.

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