fbpx
 

Precisamos falar sobre bullying

O combate ao bullying é um desafio que requer a atuação conjunta de pais, educadores e da sociedade como um todo

O bullying no ambiente escolar é uma forma de violência repetitiva e intencional, verbal ou física, exercida por um indivíduo ou grupo contra um ou mais colegas. Este fenômeno não se limita a agressões físicas; ele engloba também insultos, apelidos pejorativos, exclusão social, ameaças e a disseminação de boatos. É importante saber que o bullying pode ocorrer dentro e fora da escola, incluindo os espaços virtuais, onde recebe o nome de cyberbullying.

Geralmente, o bullying se manifesta por meio de um padrão de comportamento agressivo, sem motivação evidente, visando apensa infligir dor, sofrimento ou angústia à vítima. Esse comportamento abusivo cria um ambiente de medo e ansiedade para quem sofre as agressões.

As consequências do bullying são profundas e podem ser de longo prazo. Dentre os impactos mais comuns estão a diminuição da autoestima, desenvolvimento de depressão e ansiedade, isolamento social, baixo desempenho escolar e, em casos extremos, pode levar ao suicídio. Vale ressaltar que as testemunhas do bullying também podem ser afetadas, ao se sentirem impotentes ou com medo de se tornarem as próximas vítimas.

Estratégias de apoio e prevenção

Para ajudar uma criança que sofre bullying, é fundamental adotar uma abordagem empática e de suporte. Aqui estão algumas estratégias de ajuda efetiva:

  1. Encoraje a criança a falar sobre suas experiências, oferecendo um ambiente seguro e sem julgamentos. Reconheça a dor e o sofrimento que ela está passando. Validar seus sentimentos é fundamental para ajudá-la a se sentir compreendida e menos isolada.
  2. É importante informar à escola sobre o bullying para que medidas possam ser tomadas.
  3. Reforce que a criança não é culpada pelo bullying e que há pessoas que a apoiam e estão ao seu lado.
  4. Trabalhe com a escola para garantir um ambiente seguro para a criança. Isso pode incluir a criação de um plano de segurança ou alterações na supervisão durante os intervalos.
  5. Promova a autoestima da criança por meio de atividades que reforcem suas habilidades, além disso, ajude-a no desenvolvimento de habilidades de resiliência e estratégias para lidar com as situações de bullying, como técnicas de assertividade e maneiras de buscar apoio.
  6. Ensine a criança sobre o que é bullying, como reconhecê-lo e por que é importante falar sobre isso.
  7. Se o bullying está afetando significativamente a saúde mental da criança, busque a ajuda de um psicólogo.

Como a escola pode combater o bullying

Esse é um desafio que requer a participação de alunos, professores, funcionários, pais e a comunidade em geral. Elencamos algumas estratégias eficazes para enfrentar o bullying no ambiente escolar:

  1. Realizar programas de conscientização para alunos, professores e pais sobre o que é o bullying, seus efeitos e como identificá-lo. Incluir informações sobre cyberbullying e como ele se manifesta online. Além disso, integrar a educação sobre bullying e resolução de conflitos no currículo escolar, promovendo habilidades sociais e emocionais para os alunos.
  2. Estabelecer um código de conduta claro, com regras específicas contra o bullying, e garantir que todos na escola estejam cientes dessas regras. Criar um sistema seguro e confidencial para que alunos e pais possam relatar casos de bullying sem medo de retaliação também é fundamental.
  3. Responder prontamente a todos os incidentes de bullying, investigando as ocorrências e tomando as medidas disciplinares apropriadas, assim como oferecer suporte às vítimas de bullying, incluindo aconselhamento e recursos para ajudá-las a lidar com as consequências emocionais.
  4. Implementar programas de reeducação para os agressores, focando na empatia, no respeito pelas diferenças e na resolução positiva de conflitos.
  5. Promover uma cultura escolar de inclusão, respeito e valorização da diversidade, em que todos possam se sentir seguros e valorizados.
  6. Encorajar e treinar alunos para se tornarem líderes positivos entre seus pares, promovendo um ambiente escolar acolhedor e seguro.
  7. Incentivar a participação ativa dos pais e da comunidade nas atividades escolares e na implementação de estratégias de prevenção ao bullying.
  8. Oferecer formação contínua para professores e funcionários sobre como identificar sinais de bullying, intervir de forma eficaz e apoiar as vítimas.
  9. Monitorar e avaliar regularmente a eficácia das políticas e programas de prevenção ao bullying, ajustando as estratégias conforme necessário.

Nova lei do bullying

Com a aprovação da nova Lei 14.811/2024, as punições para quem pratica bullying agora ficaram mais claras. Agora, casos de bullying também foram incluídos no Código Penal e têm suas penas bem estabelecidas: o autor do ato pode ser sancionado com multa ou enfrentar uma pena de prisão de dois a quatro anos, especialmente se o bullying ocorrer online.

Para adolescentes maiores de 12 anos, as consequências podem variar desde liberdade assistida, onde o jovem permanece livre sob certas condições estabelecidas pelo juiz, até a prestação de serviços à comunidade ou, em casos mais graves, internação, que se assemelha à detenção aplicada a adultos. Crianças menores de 12 anos envolvidas em atos de bullying podem ser direcionadas para programas focados na proteção e no apoio familiar ou receber cuidados psicológicos ou psiquiátricos, dependendo das circunstâncias e do julgamento das autoridades competentes.

Embora as consequências do bullying possam ser sérias, somente o menor envolvido é responsabilizado. Pais e responsáveis legais não são obrigados a responder pelas ações de seus filhos, a menos que se comprove que contribuíram ativamente para o comportamento de bullying, como o incentivo à violência.

Share Post
Written by
No comments

LEAVE A COMMENT