Grupos online formados por mães oferecem ajuda e troca de experiências – e ainda incentivam o encontro fora da internet
O estudo “Refletindo maternidades e redes sociais digitais a partir do feminismo matricêntrico“, de Milena Freire de Oliveira e Kalliandra Quevedo Conrad, da Universidade Federal de Santa Maria (RS) e da Universidade de São Paulo (SP) revelou que 33% das mulheres entrevistadas participam de grupos maternos nas redes. Apesar do foco da pesquisa estar direcionado às representações de maternidade que as mulheres-mães consomem e produzem, seus dados são interessantes também no mapeamento do quanto a internet passou a ser, de certa forma, uma ferramenta de apoio às mães.
As redes de apoio digitais têm se mostrado instrumentos valiosos para mães de todas as idades, condições e localidades, ao oferecer um vasto território de conhecimento, empatia e companheirismo. Essas plataformas digitais, que variam desde fóruns online, grupos em redes sociais, aplicativos dedicados, até blogs e canais de vídeo, proporcionam um espaço para compartilhar experiências, dúvidas e orientações relacionadas à maternidade.
Não é novidade que a maternidade pode ser altamente solitária, então, saber que tem alguém do outro lado da tela que entende o que você está passando faz toda a diferença. Esses espaços na internet criam uma sensação de comunidade e, mesmo à distância, oferecem apoio nos desafios diários, seja para a mãe de primeira viagem, para as que estão enfrentando desafios na amamentação, aquelas que desejam empreender, estão criando seus filhos sozinhas ou vivem uma maternidade atípica.
Se você ainda está procurando a sua turma nas redes, aqui vão algumas dicas de grupos:
Gestação
Gravidez, Parto e Maternidade (GPM): grupo destinado à defesa e incentivo do parto natural, criação com apego e apoio ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses.
Cesárea? Não, obrigada!: grupo destinado à defesa e incentivo do parto natural e contra falsas indicações de cesárea. Cesárea, só quando muito bem indicada.
Amamentação
Grupo Virtual de Amamentação (GVA): criado em 2004, no Orkut, o GVA é um grupo de apoio à amamentação. Suas orientações são baseadas em recomendações do Ministério da Saúde, da Organização Mundial da Saúde e em pesquisas científicas sobre o tema.
Matrice – Ação de apoio à amamentação: o grupo é formado por mães que ajudam outras mães a amamentar. A partir de histórias de aleitamento materno pessoais, o grupo acolhe a amamentação e tudo ligado a ela (aporte adequado de nutrientes, dependência física e emocional, peso social, familiar e no ambiente de trabalho).
Empreendedorismo materno
Maternativa: espaço para gerar conteúdo, compartilhar informações, proporcionar trocas e experiências relacionadas ao empreendedorismo materno, mercado de trabalho e feminismo.
Maternashop: grupo virtual que é um ponto de encontro de mulheres-mães-empreendedoras. Rede de negócios e formação focada na microeconomia que transforma a vida de mulheres-mães.
Apesar de todos os benefícios do mundo digital, é fundamental lembrar da importância de também viver experiências fora da tela. Encontrar pessoas ao vivo, participar de grupos de apoio presenciais ou até mesmo organizar encontros casuais com outras mães da vizinhança pode trazer uma nova dimensão ao suporte que as redes online oferecem.
Sair e interagir cara a cara com outras mães permite compartilhar experiências de uma forma mais profunda e pessoal. O contato humano direto traz uma compreensão que, muitas vezes, faltam nas interações digitais.
