A depressão pós-parto é uma condição médica séria que afeta cerca de 10 a 15% das mulheres, após o nascimento de seus filhos, embora estudos sugiram que o número real pode ser maior
Dizem que “quando nasce um bebê, nasce uma mãe”, apesar de poética, a expressão desconsidera fatores importantes que podem impactar a relação do binômio mãe-bebê, como a depressão pós-parto.
Para algumas mulheres, o puerpério pode ser extremamente desafiador e, ao invés de alegria, elas podem se encontrar no mar revolto da depressão pós-parto, uma condição que ainda se mantém mal compreendida e, muitas vezes, envolta em estigma.
Reconhecer a depressão pós-parto e oferecer o suporte adequado faz uma diferença enorme na vida dessa mulher que se tornou mãe – não importa se pela primeira vez ou não. Por isso, selecionamos 7 orientações práticas para familiares e amigos que desejam ser apoio nesse momento delicado:
- Busque informação: o primeiro passo é entender que essa é uma condição médica séria. Diferente do baby blues, a depressão pós-parto apresenta desafios mais intensos e persistentes como, por exemplo, tristeza profunda, falta de interesse em atividades anteriormente prazerosas, dificuldade de vinculação com o bebê, ansiedade exacerbada e sentimentos de inutilidade ou culpa.
- Esteja presente: muitas vezes, a melhor forma de ajudar é simplesmente estar lá. Ouça sem julgar, ofereça um ombro amigo e garanta que a mulher não está sozinha. A presença física, mesmo que seja apenas para compartilhar um espaço silencioso, pode ser uma ajuda extremamente valiosa.
- Encoraje ao tratamento: incentivar de forma gentil a busca por ajuda profissional é muito importante. Isso pode incluir terapeutas especializados em saúde mental materna, psiquiatras e grupos de apoio. Ofereça-se para ajudar a encontrar recursos, marcar consultas ou até acompanhar em visitas, se isso deixar a mulher mais confortável.
- Seja rede de apoio prática: a sobrecarga de tarefas pode ser avassaladora para alguém enfrentando uma depressão pós-parto. Oferecer ajuda prática, como cuidar do bebê, fazer compras, preparar refeições ou limpar a casa, pode aliviar significativamente a pressão diária.
- Promova o descanso: encontre formas para que a mãe possa tirar tempo para si mesma, nem que seja por um curto espaço de tempo, como tomar um banho relaxante, fazer uma caminhada ou praticar uma atividade de que ela goste. O descanso é vital para a recuperação.
- Atenção: ao oferecer apoio, atente-se a quaisquer sinais de agravamento dos sintomas ou surgimento de comportamentos ou pensamentos de autolesão. A depressão pós-parto pode se intensificar rapidamente, e a intervenção precoce pode salvar vidas.
- Suporte contínuo: a recuperação da depressão pós-parto pode ser um processo longo. O apoio contínuo, mesmo após a melhora dos sintomas iniciais, é importante para evitar recaídas.
A depressão pós-parto é uma jornada desafiadora tanto para as mães quanto para seus familiares e amigos próximos. No entanto, com apoio, é possível que a mulher atravesse essa tempestade e consiga viver dias felizes consigo e com seu bebê. Porém, é importante ressaltar que aqueles que oferecem apoio também precisam cuidar de sua própria saúde mental. Estar ao lado de alguém com depressão pós-parto pode ser emocionalmente desgastante, e manter o próprio bem-estar é essencial para ser um pilar de sustentação eficaz
Lembre-se: para todos os envolvidos, buscar ajuda profissional é um sinal de força; ninguém precisa enfrentar a depressão pós-parto sozinho.
Onde buscar ajuda
UBS – as Unidades Básicas de Saúde, principais estruturas físicas da atenção básica, são a porta de entrada do serviço público de saúde. Esse é o primeiro passo para receber encaminhamento correto para o tratamento da depressão pós-parto pelo SUS.
Postpartum Support International (PSI) – organização internacional sem fins lucrativos dedicada a ajudar mulheres que sofrem de depressão pós-parto e transtornos de ansiedade.
www.postpartum.net/brasil/grupos-de-apoio-online/ | www.instagram.com/apoioaopospartointernacional
Mapa da Saúde Mental – ferramenta para facilitar o acesso a serviços de cuidado emocional, psicológico e psiquiátrico. Cobre todo o Brasil e indica locais dedicados à saúde mental que oferecem atendimento online ou presencial, sempre de forma gratuita ou a preços acessíveis. A ferramenta ainda possui um espaço dedicado especialmente às mulheres.
mapasaudemental.com.br/mapadamulher/ | mapasaudemental.com.br
