Os livros são uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento e a inclusão de crianças que estão no espectro autista
A literatura infantil pode ser um aliado poderoso no desenvolvimento de crianças com autismo. Por meio dos livros, os pequenos podem aprender sobre o mundo ao seu redor, desenvolver habilidades de linguagem e comunicação, além de interagirem com outras pessoas.
Como o próprio nome já diz, o Transtorno do Espectro Autista é um espectro. Isso significa que cada autista é único e, portanto, nem todos terão exatamente as mesmas dificuldades, nem necessitarão dos mesmos suportes. Sendo assim, alguns autistas podem ter dificuldade na aquisição da fala e/ou da linguagem e os livros podem ser ótimos companheiros no aprendizado de novas palavras e expressões, além de ajudarem a entender como a linguagem é usada para contar histórias, transmitir informações e expressar sentimentos.
A literatura, ao proporcionar histórias com personagens que usam outras formas de comunicação – por exemplo, texto, gestos, expressões faciais, língua de sinais, símbolos, imagens ou dispositivos que geram discursos – pode ajudar uma criança autista a se sentir confortável com a ideia de experimentar outros recursos para se comunicar.
Os livros também podem ajudar a promover a inclusão e a quebrar estereótipos sobre o autismo. Quando uma narrativa apresenta personagens autistas ela possibilita às crianças entenderem e aceitar as diferenças, além de perceber que os pequenos autistas também possuem habilidades e dificuldades, assim como toda criança.
Mais que isso: ao ler para uma criança autista títulos com personagens com os quais ela possa criar identificação tem um poder imenso, afinal, representatividade importa, sim.
Que livro escolher?
Responder a essa pergunta é simples: conheça a criança.
Não existe livro certo ou errado para autistas. O que vale é saber quais são as preferências dela e apostar numa escolha baseada nisso. Também vale tentar introduzir livros com elementos novos e aí funciona como para qualquer criança: teste e veja o que acontece!
Se um livro não for bem aceito, que tal descobrir o motivo pelo qual a criança não gostou e tentar um livro diferente na próxima vez? Deixar que ela escolha o próprio livro pode ser uma boa ideia, se ela mostrar interesse. Além disso, entender o que não funcionou ajuda a conhecer melhor a criança – afinal, aquilo que rejeitamos também conta um pouco sobre quem somos.