A magia da literatura infantil pode ser ponte para que os pequenos leitores construam um olhar confiante e positivo sobre si mesmos e o mundo ao seu redor
A literatura não é – e nem tem a pretensão de ser – um manual que nos ensina exatamente como viver, mas pode abrir nossos olhos para diferentes maneiras de entender o mundo. Isso é ainda mais mágico para as crianças, que estão aprendendo e descobrindo coisas novas todos os dias. Apesar de os livros infantis não serem feitos para ensinar lições de vida diretamente, suas histórias podem ajudar as crianças se sentirem melhores consigo mesmas e mais confiantes.
Aqui vão algumas dicas para encontrar livros que ajudem a fortalecer a autoestima e a autoconfiança dos pequenos.
– É bacana buscar por livros que mostram diferentes tipos de personagens vivendo aventuras diversas. Quando uma criança vê alguém parecido com ela em um livro, ou até mesmo alguém bem diferente, ela aprende que todos têm seu valor e lugar no mundo. Isso ajuda a criança a se sentir aceita e importante.
– Procure por histórias que falem sobre enfrentar desafios, acreditar em si mesmo e celebrar as próprias qualidades. Livros assim ensinam as crianças a serem perseverantes e a gostarem de quem são, o que é ótimo para a autoconfiança delas. O livro “Hoje”, de Eva Montanari, por exemplo, leva os pequenos a pensar sobre as inquietações da vida, que podem aparecer nos dias e nos chatear, ao mesmo tempo em que apresenta soluções fantasiosas que faz as crianças sorrirem a cada virar de página.
O “Casaco de Pupa”, de Elena Ferrándiz também é uma ótima opção. Ele conta a história de Pupa que, desde pequena, tinha um casaco onde colocava todos os medos: medo dos outros, medo dela mesma, medo de dar um passo, medo de não avançar. Até que um dia a menina reúne toda a sua coragem e resolve livrar‑se dele. E nasce novamente. Um texto sensível que ajuda na travessia da autoconfiança.
– Ajude as crianças a encontrar livros que façam sentido para elas, seja por identificação com os personagens ou as situações. Quando a criança se vê refletida na história, ela se sente entendida e apoiada. Por exemplo, o livro “Olavo”, de Odilon Moraes conta a história de um menino triste que um dia recebe um presente anônimo. Intrigado, o menino se agarra àquela novidade com tanta força que nem tem coragem de abrir o pacote. Ele prefere viver a alegria de apenas tê-lo recebido. E, dessa forma, o autor desconstrói as ideias de tristeza e alegria.
Da mesma forma, “Menina amarrotada”, de Aline Abreu, fala sobre a dor de uma menina com a ausência do pai. O livro fala da angústia e da saudade e da transformação desse amor.
– Qualidade é algo que importa muito. Histórias bem contadas e com ilustrações atraentes chamam a atenção das crianças e fazem a leitura ser uma experiência mais rica. Isso pode aumentar o amor delas pelos livros e pela leitura.
– por fim, mas não menos importante, ler junto é uma ótima maneira de reforçar as mensagens dos livros. Esse momento também ajuda no desenvolvimento emocional da criança, além de ser uma oportunidade de conversar sobre as sensações que as histórias trouxeram.
Então, na hora de escolher livros para os pequenos, lembre-se de procurar histórias que não sejam apenas entretenimento, mas, sim, degraus para construir crianças mais felizes e confiantes.