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Seu filho dorme bem?

Descubra como proporcionar noites tranquilas para toda a família com o livro “Sono Infantil Sem Neura”, escrito pela neuropediatra Luciane Baratelli. Saiba como o ambiente em que o bebê vive influencia o sono e entenda o caminho do meio entre as técnicas “infalíveis”.

Talvez essa seja uma das perguntas mais feitas entre as mães. E uma pequena parcela de mulheres “cheias de sorte” irão responder que sim, enquanto a outra parte amarga uma invejinha silenciosa e clama por dicas de como fazer o seu pequeno dormir uma noite inteira também.

A privação de sono materna é um dos percalços mais desafiadores dessa jornada, tanto para as mães quanto para seus bebês que, muitas vezes, são submetidos a técnicas “infalíveis” – e nada gentis – para que aprendam a dormir.

Mas, a verdade, nua e crua, é que entre o “deixa chorar” e o “espera passar” existe um caminho do meio. E quem afirma isso é a neuropediatra e mãe, Luciane Baratelli. Ela afirma que o sono do bebê precisa de tempo para que amadureça, mas o ambiente em que ele vive influencia muito nesse processo. Isso significa que o mundo digital e a rotina, muitas vezes insana, que vivemos influencia o sono em todas as faixas etárias.

Para ajudar as famílias a entenderem melhor como funciona o sono infantil, Luciane escreveu, como ela própria diz, o livro de sono que gostaria de ter lido quando sua primeira filha nasceu, após cinco anos de estudos aprofundados sobre sono. “Eu percebo que o sono infantil tem sido visto de modo polarizado. De um lado, promessas de até doze horas seguidas de sono em bebês pequenos, com tabelas rígidas que engessam a rotina e esquecem que cada bebê é único, que orientam abandono afetivo e geram grande angústia nas famílias. No outro, uma corrente que orienta apenas esperar, independentemente de como o sono esteja”, afirma.

Segundo a neuropediatra, o que ela propõe em seu livro “Sono Infantil Sem Neura” é um caminho do meio. “Ele não traz falsas promessas e nenhuma fórmula mágica, afinal, isso não existe. A proposta do livro é oferecer conhecimento, para que as famílias entendam de verdade o seu filho e possam promover o melhor ambiente para que ele durma de modo saudável, dentro do seu próprio padrão, promovendo melhores noites de sono para todos”, explica.

A evolução do sono ao longo da infância

Luciane explica que, ao nascer, os bebês toleram apenas poucas horas acordados, seus ciclos de sono são curtos, e com isso fazem várias sonecas ao longo do dia. Porém, conforme vão crescendo, os pequenos passam a tolerar períodos cada vez maiores acordados. Ao redor dos 18 meses, em média, passam a fazer apenas uma soneca. Entre 2 e 5 anos abandonam a soneca e passam a concentrar o período de sono apenas à noite. “As primeiras transições de 4 para 3 sonecas, ou de 3 para 2 costumam ser tranquilas. É na transição de 2 para 1 ou de 1 para nenhuma que o bicho pega. E isso tira o sono de muitas mães, sem trocadilho”, explica a médica.

Segundo a especialista, nessa fase, é natural que o sono do bebê dê uma bagunçada. O abandono das sonecas não ocorre de forma linear, portanto, elas vão diminuindo gradativamente até sumir, e não é de uma hora para outra que o bebê deixa a soneca de lado e fica bem. “Esse é um período de transição e os pequenos precisam de tempo para que ocorram os ajustes”, explica. 

Na prática funciona assim: um dia o bebê se recusa a fazer a soneca e chega ao final do dia irritado de tanto sono, no outro tira a soneca, mas acorda na hora que sai do colo, no dia seguinte volta a tirar a soneca como se nada tivesse acontecido e chega ao final do dia pleno, no outro a soneca acaba acontecendo mais tarde e atrapalha a hora de dormir. “Eu sei o quanto isso é cansativo e desgastante, mas no fundo é só uma fase e os adultos precisam ter paciência com esse processo. Às vezes, a gente precisa mais daquela soneca que eles. Atrapalha nossos planos. Quando entendemos que não dá para remar contra a maré tudo fica mais leve, embora não necessariamente mais fácil, porque é impossível obrigar uma criança a dormir se ela estiver sem sono”, afirma Luciane que orienta para que as famílias continuem mantendo a rotina, apesar da bagunça momentânea, porque essa turbulência passa.

Meu bebê acorda a noite toda!

Essa é uma afirmação tão verdadeira quanto natural. Luciane explica que ninguém dorme a noite toda, sem despertar, inclusive os adultos. E isso é fundamental para a preservação da nossa espécie. “A diferença desses despertares, entre o adulto e o bebês, está apenas no ciclo de sono. Enquanto o do adulto dura, em média, de 90 a 120 minutos, no recém nascimento esse tempo é de 50 minutos, por isso é bem verdade quando as mães dizem que seu bebê acorda de hora em hora”, explica a neuropediatra.

A duração dos ciclos de sono vai aumentando progressivamente, entre os 3 e 6 anos, até se assemelhar ao do adulto.

A diferença entre o seu bebê que acorda a noite toda e o da sua amiga que dorme a noite inteira está na sinalização desses despertares. Ou seja, todos os bebês despertam, porém, alguns voltam a dormir sozinhos. Se esse não é o seu caso, existem estratégias que podem ajudar nesse processo, como a higiene do sono, ajustes na rotina e até estabelecimento de uma nova, porém, nenhuma delas deixará seu bebê chorando sozinho para que “aprenda a dormir”.

Já deu para perceber que o sono infantil pode ser, de fato, muito desafiador. Por isso, o melhor conselho que alguém poderia dar para uma família que está enfrentando desafios nessa área é: busque boa informação. Desista de encontrar solução milagrosa na internet e vá em busca de profissionais que entendam sobre sono infantil e possam ajudá-la a passar por essa fase de forma mais tranquila e que estejam aptos a intervir de forma correta e responsável, se for necessário. Lembre-se: a boa informação é poder!

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