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Atraso no desenvolvimento infantil: sinais comuns e como procurar ajuda profissional

As causas que podem levar a um atraso no desenvolvimento são variadas, por isso a importância da detecção e intervenção precoce para um prognóstico positivo para os pequenos

Por mais que você prometa não criar expectativas em relação ao seu bebê, algumas delas estão ali, quietinhas, só esperando o melhor momento para surgirem, afinal, elas são inerentes à maternidade. Posso listar vários exemplos, veja só: a expectativa pelo primeiro sorriso, pela primeira palavra e até para os primeiros passos. 

Criar essas expectativas não é errado, desde que elas estejam bem calibradas. A primeira infância é um período cheio de aprendizados e descobertas e é importante que os pais tenham clareza de que as crianças não vão se desenvolver de maneira exatamente igual. Sim, cada criança tem seu tempo e ele precisa ser respeitado, ou seja, se o bebê vizinho é um mês mais novo, mas já andou e o seu não, se ele estiver dentro do tempo esperado para a aquisição desse marco do desenvolvimento, relaxe – de verdade! 

A preocupação só deve existir quando a criança não desenvolve as habilidades esperadas para a sua faixa etária. Mesmo assim, é importante ter em mente que o atraso no desenvolvimento não é um diagnóstico, ou seja, uma criança com atraso de fala pode ter apenas um atraso por falta de estímulo, ainda assim, há necessidade de intervenção, para que esse atraso seja revertido. Porém, apesar do atraso no desenvolvimento não indicar necessariamente um transtorno, existe a chance de que a criança receba um diagnóstico futuro. 

O atraso no desenvolvimento pode possuir causas variadas, que podem envolver fatores genéticos, neurológicos ou ambientais. Entre os neurológicos estão os transtornos do neurodesenvolvimento, como transtorno do espectro autista (TEA), transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), transtorno do desenvolvimento intelectual e paralisia cerebral, por exemplo. Porém, condições genéticas como a síndrome de Down, subnutrição, infecções congênitas, perda auditiva e déficits sensoriais também são causas de atrasos no desenvolvimento infantil.

Marcos do desenvolvimento

Os marcos do desenvolvimento são um conjunto de habilidades que as crianças devem atingir em determinadas idades. São eles que ajudam os pais e profissionais da saúde a perceberem se o desenvolvimento está ou não dentro do esperado. Mas, atenção: as idades dos marcos não são precisamente definidas, portanto, dentro de alguns limites, pode haver variação entre as crianças. 

Aqui estão os principais marcos de desenvolvimento que dos primeiros anos de vida dos pequenos: 

Desenvolvimento motor

2 a 3 meses: sustentar a cabeça.

4 meses: pegar objetos.

6 a 7 meses: sentar-se sem apoio.

10 meses: ficar de pé.

16 meses: andar sem apoio.

Desenvolvimento da linguagem

ao nascer: reconhecer a voz da mãe e reagir a sons.

2 a 3 meses: emitir vogais.

7 meses: começar a entender “não” e atender ao próprio nome.

9 meses: balbucios silábicos, por exemplo, mamama ou dadada.

12 meses: primeiras palavras funcionais.

36 meses: conseguir manter um diálogo, mesmo com desconhecidos.

Desenvolvimento socioemocional

2 meses: sorrir em resposta e estímulos.

9 meses: demonstrar medo de pessoas estranhas.

12 meses: pedir e compartilhar brinquedos.

O pulo do gato para identificar se a criança está com algum atraso mora nas janelas dos marcos de desenvolvimento. Por exemplo, a criança pode andar entre 11 e 16 meses, ou seja, o pequeno que der o primeiro passo só com 16 meses não está atrasado. 

Uma boa maneira de acompanhar o desenvolvimento do seu bebê é por meio da Caderneta de Saúde da Criança, desenvolvida pelo ministério da Saúde, e fornecida pelas maternidades e postos de vacinação. Há também aplicativos de celular que também fornecem esse acompanhamento mês a mês.

O mais valioso nesse processo é saber que existe um padrão para o desenvolvimento infantil e o que fugir disso deve ser investigado por um profissional. Lembre-se: todo atraso do desenvolvimento merece ser tratado, independentemente de ser falta de estímulo ou resultado de um diagnóstico.

Caminhos de avaliação e diagnóstico

Ao desconfiar que seu bebê está apresentando algum atraso no desenvolvimento, o primeiro passo frente é iniciar a investigação com o pediatra de confiança. Será ele o profissional que irá encaminhar para outros especialistas, como neurologista, fonoaudiólogo, psicólogo, caso veja necessidade.

Infelizmente, é aqui que mora o problema da frase “cada criança tem seu tempo”. Como em qualquer profissão, também há profissionais de saúde desatualizados. Essa falácia do tempo de cada criança atrasa diagnósticos, tratamentos e prejudica enormemente o desenvolvimento das crianças. Se você notou o atraso de seu pequeno e o pediatra não deu atenção, busque um neuropediatra e, caso ainda não se sinta acolhida, busque uma nova opinião. Investigar nunca é demais!

O diagnóstico de atraso no desenvolvimento deve ser feito a partir de uma boa conversa com a família, da observação da criança – que deve ficar livre durante a consulta – e de exames físicos. Mas, esteja preparada: a jornada para chegar a um diagnóstico é longa e nem sempre acolhedora, às vezes, é necessário passar por diversos profissionais e nem todos acolhem e escutam a família de maneira adequada. 

Por mais doloroso e cansativo que seja, não desista. O pleno desenvolvimento da sua criança depende de um bom diagnóstico e da intervenção correta, no tempo preciso. Persista!

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