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Por que beijar a boca dos pequenos não é legal?

Muitas famílias têm como hábito dar selinho na boca dos filhos como forma de demonstração de afeto. Essa prática, no entanto, gera uma certa polêmica entre quem adota e quem desaconselha. Mas, você já parou para pensar por que profissionais da saúde contraindicam essa prática?

Profissionais de pediatria explicam que o beijo pode transmitir doenças como herpes, impetigo, sapinho, gripe e até mesmo acne neonatal. No caso dos bebês, inclusive, é desaconselhado beijar áreas do rosto, como as bochechas, e às mãos, que são constantemente levadas à boca. “Os bebês estão com seu sistema imunológico em desenvolvimento, portanto, não estão completamente preparados para defesa. Isso faz com que existam a possibilidade de a criança ficar muito doente”, explica a pediatra Fernanda Morando.

O selinho também coloca em risco as crianças maiores, que podem contrair doenças como mononucleose – ironicamente conhecida como doença do beijo –, herpes, caxumba e até sífilis. “Claro que os pais não querem adoecer seus filhos, mas nem sempre eles próprios sabem que estão doentes. Se estiverem assintomáticos ou com lesões pequenas, ainda assim podem passar o vírus adiante. Por isso que a herpes, por exemplo, tem uma prevalência grande na população e uma alta disseminação”, completa Fernanda.

Entre o afeto e o perigo

Por mais que a intenção das famílias seja a de demonstrar afeto por meio do beijo, a prática pode abrir uma brecha importante para a pedofilia. “Precisamos sempre lembrar que 82,5% dos casos de abuso sexual infantil é cometido por pessoas conhecidas da vítima, sendo que 40,8% eram pais ou padrastos, 37,2% irmãos, primos ou outro parente e 8,7% avós. Esses dados, inclusive são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública deste ano”, explica o psicólogo Cristiano Liveraro.

Obviamente, não estamos dizendo que as famílias que possuem o costume de dar selinho em seus filhos estão abusando deles, mas é importante que elas tenham claro que essa prática precisa se limitar apenas aos pais e não se estender a mais ninguém, justamente para proteger as crianças. O xis da questão mora no fato de que, nem sempre, as crianças conseguem ter essa clareza. “É importante que a criança não ache que essa é uma atitude normal, que pode ser reproduzida com os colegas da escola ou outros adultos”, enfatiza o psicólogo.

Os pais que possuem o hábito de beijar os filhos nos lábios também precisam orientar seus filhos sobre os diferentes tipos de beijo. “É importante fazer essa distinção para as crianças, para que elas entendam que o beijo familiar é rápido e tem a intenção de demonstrar carinho, enquanto o beijo entre adultos não faz parte do universo das crianças. Essa explicação é muito importante de ser dada e deve ser feita conforme o entendimento da criança”, conclui Liveraro.

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