Muitas mulheres enfrentam o desafio de gerenciar o tempo que seus filhos passam em frente às telas, uma tarefa que frequentemente acarreta uma carga de culpa e responsabilidade
As informações de que passar muito tempo em frente às telas pode ser ruim para as crianças não param de chegar. Cada vez mais, especialistas da área da saúde afirmam o quanto o uso indiscriminado de dispositivos digitais afetam o sono, impactam no rendimento escolar e podem causar até ansiedade e depressão nos pequenos.
Todas essas afirmações e suas consequentes orientações piscam feito letreiro luminoso no cérebro das mães. Elas estão em alerta constante, mas vencer esse desafio não é tarefa simples. Mães que tentam colocar limites no uso das telas enfrentam muitos obstáculos, como a pressão para que seus filhos estejam sempre conectados e a falta de ajuda de outras pessoas – o que inclui as próprias plataformas digitais.
Além de definir regras sobre o tempo de tela, as mães também precisam ficar de olho nas novidades da tecnologia, o que pode ser exaustivo. Todos os dias aparecem novos aplicativos e jogos, e é difícil saber quais são seguros e quais podem ser problemáticos. Por isso, é muito importante que essas mulheres recebam mais apoio. Elas precisam de informações para entender melhor o mundo digital, além de ajuda emocional e prática para lidar com esses desafios.
Caminhos possíveis
- Apoio das escolas: os espaços educacionais podem ajudar muito, ensinando sobre o uso seguro da internet e organizando atividades que incentivem habilidades que não envolvam tecnologia – e banir de vez os celulares e tablets do espaço escolar.
- Conversar com outros pais: criar um grupo com outros pais pode ser uma boa ideia. Assim, as mães podem trocar dicas sobre como controlar o uso de telas e até mesmo combinar regras similares entre as famílias.
- Usar a tecnologia a seu favor: existem aplicativos que ajudam a controlar o tempo que as crianças passam na frente das telas. Esses aplicativos podem definir limites de tempo e até bloquear o acesso a certos tipos de conteúdo.
- Deixar o tédio fazer morada: tanto adultos quanto crianças se beneficiam do tempo sem atividade programada, o famoso “sem ter o que fazer”. Os pais devem suportar o desconforto de ver seus filhos descobrindo maneiras próprias de preencher o tempo, seja brincando sozinhos, com irmãos, ou de outras formas que se ajustem à dinâmica familiar.
- Incentivar a leitura: que tal fazer a hora sem internet? Todo o dia, em determinado horário, desligue o wi-fi e troque as telas pelos livros. Uma ótima sugestão é o título “Chiclete grudado embaixo da mesa”, da Jujuba. Esse livro conversa com as mudanças da infância para a adolescência e pode ser uma ponte entre você e seu filho. Outra sugestão é o livro “Eu de cabeça para baixo”, que pode tocar direto no coração da sua criança que está injuriada pelo limite imposto em relação às telas.