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O desafio da tela: como equilibrar o uso de tecnologia na infância

Entenda como criar um ambiente digital saudável para o seu filho com base nas evidências científicas mais recentes

Por mais saudosista que possamos ser, não adianta teimar, hoje, é quase impossível evitar a exposição das crianças à tecnologia. Desde cedo, tablets, smartphones e outros dispositivos se tornam parte do dia a dia dos pequenos. No entanto, o uso excessivo de tecnologia pode trazer desafios significativos para o desenvolvimento infantil. Como responsáveis pela saúde das crianças, pais, cuidadores e familiares precisam encontrar um caminho mais equilibrado nessa jornada, que garanta que a tecnologia contribua positivamente para o crescimento e aprendizado dos pequenos – e não o contrário.

O caminho do meio

A tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para a educação e entretenimento, oferecendo acesso a recursos educativos, jogos interativos e conteúdos audiovisuais de qualidade. Porém, seu uso desmedido pode interferir em aspectos essenciais do desenvolvimento infantil, como a socialização, o sono e a atividade física.

Pesquisas indicam que crianças que passam muito tempo em frente a telas tendem a apresentar dificuldades de concentração, problemas de sono e aumento do risco de obesidade. Além disso, a interação social pode ser prejudicada, afetando habilidades importantes como a empatia e a comunicação.

Por esse motivo, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) traz algumas recomendações de tempo de tela que leva em consideração a idade das crianças.

Menores de 2 anos: evitar exposição às telas. Isso significa acesso zero mesmo, sem negociação.

Entre 2 e 5 anos: limite de uma hora por dia, com conteúdo adequado e na companhia dos pais.

Entre 6 e 10 anos: acesso às telas de 1 a 2 horas por dia, com supervisão e incentivo a outras atividades.

Adolescentes de 11 a 18 anos: estabelecer limites conscientes de tempo de tela e garantir que  isso não prejudique o sono, a atividade física e as interações sociais.

É importante dizer que esse tempo é compartilhado por qualquer equipamento eletrônico, ou seja, vale não apenas para celulares, mas também para televisão, tablets e computadores. Isso significa que se o limite de tempo é de 1 hora, ele pode ser fracionado entre 30 minutos de televisão e 30 minutos no tablet, por exemplo.

Estratégias para o dia a dia

Encontrar o equilíbrio no uso de tecnologia na infância é um desafio constante, mas é possível com atenção e planejamento. Para ajudar nessa jornada nada fácil, aqui vão algumas dicas:

Crie zonas livres de tecnologia: estabeleça áreas na casa onde o uso de dispositivos não é permitido, como na mesa de jantar e nos quartos, para promover a interação familiar e um ambiente de descanso adequado.

Esteja presente: acompanhe o que seus filhos estão assistindo ou jogando, participando dessas atividades quando possível para orientar e discutir o conteúdo.

Modele comportamentos saudáveis: quando os pais possuem um uso equilibrado da tecnologia, os filhos possuem mais facilidade em seguir o modelo. Portanto, aproveite a oportunidade para diminuir o seu tempo de tela também.

Promova outras atividades: incentive brincadeiras ao ar livre, leitura de livros e outras atividades que não envolvam telas para diversificar as experiências das crianças.

Movimento Desconecta

O Movimento Desconecta nasceu da necessidade de proteger crianças e adolescentes dos impactos negativos dos smartphones e redes sociais. A partir dos estudos de evidências científicas, que apontam prejuízos à cognição, saúde mental e social das crianças e adolescentes, o movimento visa inspirar pais, escolas e comunidades a adiarem o acesso dos jovens a essas tecnologias. A iniciativa promove ações coletivas para minimizar a pressão social e criar um ambiente mais saudável para o desenvolvimento infantil, acreditando no poder transformador da união comunitária.

O coletivo apóia as 4 medidas urgentes propostas pelo psicólogo social Jonathan Haidt, referência em estudos sobre o impacto da internet na infância e autor do recém-lançado livro The Anxious Generation – How the great rewiring of childhood is causing an epidemic of mental illness (A geração ansiosa: como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtornos mentais). São elas:

  1. Sem smartphones antes do ensino médio, somente telefones básicos, sem internet.
  2. Sem mídias sociais antes dos 16 anos, para que o cérebro possa se desenvolver antes desse acesso.
  3. Todas as escolas deveriam ser zonas livres de telefones celulares.
  4. É preciso trazer de volta o brincar sem supervisão. Somente assim os jovens podem naturalmente desenvolver suas habilidades sociais e se tornarem mais responsáveis.

Para quem quiser conhecer mais sobre o movimento – e até juntar-se a ele – basta acessar o site www.movimentodesconecta.com.br

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