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Comunicação Não Violenta: como cultivar diálogos positivos com os pequenos

Descubra como a CNV pode transformar as conversas em família e promover um ambiente de respeito e compreensão

 Sabemos que algumas situações com os pequenos podem ser desafiadoras e, muitas vezes, tendemos a replicar o que temos de referência, ou seja, o primeiro impulso é repetir as ações de nossos pais em determinadas ocasiões. Porém, nem sempre essas atitudes podem ter sido positivas. Nesse cenário, a Comunicação Não Violenta (CNV) chega como uma ferramenta importante para famílias que querem ter conversas mais tranquilas e positivas com seus filhos e quebrar o ciclo de violências sofridas e aprendidas.

Criada pelo psicólogo Marshall Rosenberg, a CNV não é apenas uma técnica de comunicação, mas um convite para praticar a empatia no dia a dia. Ela nos ajuda a entender melhor as necessidades que estão por trás das palavras e ações e, desta forma, as famílias aprendem a se comunicar de forma mais consciente e gentil, promovendo um ambiente de respeito e compreensão. Isso significa que a CNV é uma abordagem que propõe substituir reações automáticas e impulsivas e se baseia em quatro pilares principais:

  1. Observação sem julgamento: ao invés de criticar ou rotular comportamentos, a CNV nos ensina a observar os fatos de forma objetiva. Por exemplo, ao invés de dizer “Você é desobediente”, podemos afirmar “Percebi que você não guardou seus brinquedos hoje.”
  2. Expressão de sentimentos: é importante ensinar às crianças a reconhecer e expressar seus sentimentos. Em vez de reagir com irritação, podemos compartilhar como nos sentimos: “Fiquei frustrada quando vi os brinquedos espalhados, porque quero que nosso espaço esteja organizado.”
  1. Identificação das necessidades: a CNV nos incentiva a identificar as necessidades por trás dos sentimentos. Por exemplo, a frustração com os brinquedos pode estar ligada à necessidade de ordem ou de descanso.
  2. Pedidos conscientes: ao invés de dar ordens, a CNV sugere que façamos pedidos claros e respeitosos, que considerem as necessidades de todos. Por exemplo: “Você poderia, por favor, guardar seus brinquedos agora para que possamos ter um ambiente mais tranquilo?”

É importante saber que as crianças se sentem mais à vontade para se expressar em ambientes onde sabem que serão ouvidas sem julgamento, por isso é válido reservar momentos para conversas em que a escuta ativa seja a prioridade. Além disso, sabemos que os pequenos aprendem muito observando os adultos, portanto, use a CNV no seu dia a dia, mostrando como é possível resolver conflitos de forma pacífica e respeitosa com outras pessoas, sejam elas do seu círculo familiar ou não.

Outro ponto fundamental nessa jornada é a validação dos sentimentos dos pequenos. Frases como “Entendo que você está chateado por não poder brincar agora” mostram que você respeita suas emoções. Aproveite essa caminhada para incentivar que eles expressem o que sentem e o que precisam. Isso os ajuda a se tornarem mais conscientes de si mesmos e dos outros. 

Quando as famílias adotam a CNV, as crianças se sentem mais compreendidas e seguras, o que diminui conflitos e fortalece os laços familiares. Além disso, os pais se tornam mais conscientes das necessidades dos filhos e aprendem a comunicar suas próprias necessidades de forma clara e amorosa.

É importante saber que a CNV é uma jornada de aprendizado contínuo, mas com ótimos resultados para todos – inclusive, deveríamos utilizá-la na vida, com qualquer pessoa e situação.

 7 exemplos práticos de como aplicar a CNV no dia a dia com os pequenos

  1. Hora de dormir

Ao invés de dizer: “Se você não for dormir agora, amanhã vai ficar cansado!”

Use a CNV: “Eu sei que você quer continuar brincando, mas precisamos descansar para termos energia amanhã. Vamos guardar os brinquedos juntos?”

  1. Alimentação

Ao invés de dizer: “Você nunca come o que eu preparo, isso me irrita!”

Use a CNV: “Eu me preocupo com a sua saúde e gostaria que você experimentasse os vegetais. Que tal escolher um que você goste mais para começarmos?”

  1. Brincadeiras barulhentas

Ao invés de dizer: “Parem de fazer tanto barulho, vocês estão me deixando louca!”

Use a CNV: “Estou me sentindo sobrecarregada com o barulho e preciso de um pouco de silêncio. Podemos encontrar uma brincadeira mais calma agora?”

  1. Briga entre irmãos

Ao invés de dizer: “Vocês estão sempre brigando, isso está me deixando louca!”

Use a CNV: “Eu vejo que vocês estão brigando pelo brinquedo. Como cada um pode se divertir sem machucar o outro?” 

  1. Bagunça no quarto

Ao invés de dizer: “Seu quarto está uma bagunça, como você consegue viver assim?”

Use a CNV: “Percebi que seu quarto está desorganizado e isso me preocupa porque quero que você tenha um espaço tranquilo para brincar. Como podemos arrumar juntos?”

  1. Lição de casa

Ao invés de dizer: “Você é tão preguiçoso, por que nunca faz sua lição de casa?”

Use a CNV: “Estou preocupada que você não tenha feito sua lição de casa, porque quero que você se saia bem na escola. Como posso te ajudar a começar?”

  1. Uso de telas

Ao invés de dizer: “Você está viciado nisso, desliga agora!”

Use a CNV: “Eu sei que você está se divertindo, mas estou preocupada com o tempo que você está passando na frente da tela. Que tal fazermos uma pausa e encontrarmos outra atividade divertida para fazermos juntos?”

Esses exemplos mostram como pequenas mudanças na maneira de nos comunicarmos podem ter um impacto positivo nas relações familiares. Lembre-se: com a CNV transformamos situações de potencial conflito em oportunidades para fortalecer a compreensão e o respeito mútuo.

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