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Ansiedade de separação: como ajudar os pequenos a voltarem para a escola com confiança

Estratégias simples e acolhedoras para tornar o retorno às aulas mais tranquilo para as crianças e suas famílias

A ansiedade da separação é uma fase desafiadora tanto para as crianças quanto para os pais. Ela costuma se intensificar em momentos de transição, como o retorno às aulas, após férias ou longos períodos de convívio intenso em casa. Ver o pequeno chorando, ao se despedir na porta da escola, pode partir o coração, mas é importante lembrar que essa é uma etapa normal do desenvolvimento infantil e, com apoio e afeto, é possível superá-la.

Primeiro de tudo, é importante saber que a ansiedade da separação é uma resposta natural do desenvolvimento infantil. Ela costuma aparecer por volta dos 6 meses e pode durar até os 3 ou 4 anos, embora algumas crianças possam apresentar sinais um pouco além dessa faixa etária.

Esse comportamento surge porque, nos primeiros anos de vida, os pequenos ainda estão construindo uma noção de permanência — ou seja, a compreensão de que os pais ou cuidadores continuam existindo mesmo quando não estão visíveis. Essa sensação de segurança é fundamental para que uma criança se sinta tranquila e confiante ao explorar o mundo.

Alguns comportamentos podem indicar que uma criança está passando por ansiedade da separação, como:

– Choro intenso ao se despedir dos pais ou cuidadores.

– Dificuldade para dormir ou insistência em ficar no quarto dos pais.

– Queixas físicas, como dores de barriga ou de cabeça, sem causa aparente.

– Relutância ou recusa em ir para a escola ou outros ambientes fora de casa.

7 estratégias que podem ajudar os pequenos

  1. Prepare a criança com antecedência. Converse com seu filho sobre o retorno às aulas de forma positiva. Explique o que vai acontecer, use um tom animado e reforce que a escola é um ambiente seguro e divertido. Se possível, faça visitas antecipadas para que ele lembre o espaço e as pessoas que estarão por lá.
  2. Crie uma rotina previsível, pois são aliadas poderosas para crianças. Ter horários consistentes para acordar, se alimentar e se preparar para a escola ajuda a criar um senso de estabilidade. Um ritual de despedida, como um abraço especial ou uma frase carinhosa, também pode trazer conforto.
  3. As crianças captam as emoções dos pais. Se você demonstrar preocupação excessiva, é provável que ela também se sinta insegura. Mesmo que seja difícil, tente manter uma postura confiante e tranquila ao se despedir, reforçando que você voltará para buscá-la no horário combinado.
  4. Respeite o ritmo da criança, pois cada uma tem seu próprio tempo para lidar com as mudanças. Alguns podem voltar à escola tranquilamente, em poucos dias, enquanto outros precisam de mais tempo para se adaptarem. Mostre paciência e empatia, validando os sentimentos dela sem minimizar suas dificuldades.
  5. Um objeto de transição, como um bichinho de pelúcia ou um lenço com o perfume da mãe ou do pai, pode ajudar a criança a se sentir conectada aos pais mesmo à distância. Ele funciona como um “pedaço de casa” que a acompanha na escola.
  6. Estabeleça um canal de comunicação com a escola. A equipe pedagógica é sua aliada nesse processo e pode fornecer informações úteis sobre como a criança está se comportando no ambiente escolar. Além disso, eles podem aplicar estratégias para tornar a adaptação mais suave.
  7. Depois da escola, pergunte à criança sobre os momentos que ela mais gostou e celebre suas conquistas. Isso ajuda a criar associações positivas com o ambiente escolar.

Se a ansiedade da separação persistir por muito tempo ou começar a impactar de forma significativa a rotina da família e da criança, pode ser importante buscar orientação profissional. Um psicólogo infantil pode ajudar a identificar gatilhos específicos e trabalhar em conjunto com os pais para criar estratégias personalizadas.

 

Crianças mais velhas também têm ansiedade de separação?

Embora a ansiedade de separação seja mais comum nos pequenos, algumas crianças mais velhas também podem apresentar dificuldades em se afastar dos pais ou cuidadores. Para essas crianças, a ansiedade de separação pode ser mais complexa, pois já possuem maior consciência do mundo ao redor e podem verbalizar seus medos de forma mais clara.

Em crianças mais velhas, a ansiedade de separação pode se manifestar como medo de algo ruim acontecer com os pais, receio de não conseguir lidar com situações na escola ou até mesmo vergonha de demonstrar vulnerabilidade. Por isso, procure conversar sobre o que está acontecendo. Pergunte o que está incomodando e ouça sem julgamentos. Frases como “Eu entendo que você está preocupado” ou “É normal sentir isso” ajudam a validar os sentimentos da criança e a fortalecer o vínculo.

Vale lembrar que, muitas vezes, a ansiedade de separação em crianças mais velhas está relacionada a uma sensação de falta de controle ou dependência excessiva. Incentive a autonomia, permitindo que a criança tome pequenas decisões no dia a dia, como escolher a roupa que vai usar ou organizar sua mochila. Essas ações fortalecem a autoconfiança e faz com que ela se sinta mais preparada para enfrentar desafios fora de casa.

As crianças mais velhas também se beneficiam de uma rotina estruturada, que dá segurança e previsibilidade ao dia a dia, o que inclui horários regulares para estudo, lazer e descanso. Se possível, reserve um momento especial para ficarem juntos antes de se separarem, como um café da manhã tranquilo ou uma caminhada até a escola.

Lembre-se: crianças mais velhas podem não demonstrar a mesma vulnerabilidade das mais novas, mas ainda precisam do apoio, da paciência e da compreensão dos pais. Oferecer ferramentas para lidar com a ansiedade de separação não apenas ajuda no momento presente, mas também ensina habilidades emocionais importantes para a vida.

E esteja alerta, pois, em alguns casos, a angústia gerada pela separação momentânea pode ser um sintoma de ansiedade mais profunda, bullying, dificuldade de aprendizado ou eventos traumáticos recentes. Se uma criança demonstrar uma recusa extrema em ir à escola ou sinais persistentes de angústia, é importante procurar ajuda de um psicólogo infantil para avaliar a situação.

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