Descubra estratégias simples para ajudar seus filhos a desenvolverem resiliência, paciência e inteligência emocional desde cedo
Não tem jeito: frustrações são inevitáveis e fazem parte da vida de todos. E elas estão presentes a todo instante, desde um brinquedo que não funciona como esperado até o “não” que a criança recebe quando quer algo. Portanto, por mais que o coração fique miúdo ao ver seu filho triste por causa de uma frustração, tenha em mente que essas pequenas decepções são grandes oportunidades de aprendizado.
A forma como ensinamos os pequenos a enfrentar as dificuldades pode influenciar diretamente em sua resiliência, autoestima e na forma como eles lidam com os desafios ao longo da vida. Por isso é tão importante ensinar as crianças a entender e lidar com esses momentos, pois são eles que irão desenvolver a paciência e a capacidade de esperar pelo que se deseja, ajudarão a construir habilidades de resolução de problemas e vão preparar os pequenos para lidar com os desafios maiores no futuro, além de promoverem saúde emocional, ao ensinar a considerar e nomear sentimentos.
Para te ajudar nessa jornada, aqui vão 10 dicas para guiar as crianças durante esses momentos desafiadores. Dá uma olhada!
- Reconheça e valide os sentimentos: quando uma criança está frustrada, é importante mostrar que você entende o que ela sente. Frases como “Eu sei que você está triste porque queria muito isso” ajudam a validar os sentimentos e ensinam que é normal se sentir assim. Evite minimizar a emoção com comentários como “Não é nada” ou “Você está chorando por isso?”
- Dê o exemplo: as crianças aprendem muito observando os adultos. Mostre como você lida com suas próprias frustrações, falando sobre seus sentimentos de maneira tranquila e explicando como pretende resolver a situação. Por exemplo: “Estou frustrado porque o carro quebrou, mas vou ligar para um mecânico para consertar.”
- Encoraje a resolução de problemas: ao invés de resolver a situação pela criança, incentive-a a pensar em soluções. Se o brinquedo não funcionar, pergunte: “O que podemos fazer para consertá-lo?” ou “Como podemos brincar de outra forma?”. Esse processo ajuda a desenvolver a autonomia e a criatividade.
- Ensine a importância da paciência: vivemos em uma época em que tudo acontece rapidamente, mas a paciência continua sendo uma habilidade valiosa. Ajude a criança a entender que nem tudo acontece na hora que ela deseja. Use exemplos simples, como esperar pelo bolo que está assando ou pela vez de brincar no parque.
- Trabalhe o conceito de “nem sempre se ganha”: jogos e brincadeiras são ótimas oportunidades para ensinar sobre frustrações. Mostre que o importante não é vencer, mas participar e se divertir. Quando a criança perde, valorize o esforço: “Você jogou muito bem! Vamos tentar de novo na próxima vez.”
- Oferecer autonomia: dar opções para a criança escolher, dentro de limites adequados, ajuda a reduzir a sensação de impotência. Por exemplo: “Você pode guardar os brinquedos agora ou depois do lanche, o que prefere?” Isso ajuda a criança a sentir que tem algum controle sobre a situação que a está frustrando.
- Prepare a criança para o “não”: dizer “não” faz parte do papel de quem cuida, mas pode ser difícil para a criança aceitar. Antes de negar algo, explique os motivos de forma clara e calma. Por exemplo: “Hoje não podemos comprar isso porque não fazia parte do nosso planejamento, mas podemos nos planejar para comprar em outro momento.”
- Ensine técnicas para lidar com as emoções: ajude a criança a encontrar formas de lidar com a frustração. Respirar fundo, contar até 10, desenhar ou abraçar um bichinho de pelúcia são estratégias simples que podem fazer a diferença.
- Reforce o aprendizado após a frustração: depois que a situação se resolver, converse com a criança sobre o que aconteceu. Pergunte como ela se sentiu e elogie o esforço dela em lidar com o momento. Isso ajuda a criar um ciclo positivo de aprendizagem.
- Frustrações naturais, nunca forçadas: é importante lembrar que, apesar das frustrações serem grandes passaportes para o aprendizado, não é preciso – nem recomendado – que os pais criem situações de frustração intencionalmente para “ensinar” uma criança. A vida, por si só, já apresenta momentos de contrariedade de forma espontânea, e a função dos cuidadores é estar ao lado dos pequenos, oferecendo suporte, amor e orientação nesses momentos. Forçar frustrações pode gerar insegurança e afetar a confiança da criança no ambiente familiar, que deve ser um lugar seguro e acolhedor.
💡 Dica extra: O livro Pedro vira porco-espinho, de Janaina Tokitaka, pode ser uma ótima ferramenta para ensinar as crianças sobre como lidar com emoções difíceis. A história mostra de forma delicada e divertida como Pedro reage a frustrações e como aprende a se acalmar, trazendo um paralelo interessante para os pequenos reconhecerem suas próprias emoções.