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Brincar sem barreiras

Aposte em atividades lúdicas que respeitam as diferenças e promovem a inclusão

Toda criança tem o direito de brincar. Mas será que todas as brincadeiras são realmente acessíveis para pequenos com diferentes necessidades? A inclusão começa na infância, e garantir que todos possam se divertir juntos é um passo fundamental para construir um mundo mais acolhedor e respeitoso.

Seja em casa, na escola ou no parque, criar brincadeiras inclusivas não significa apenas adaptar atividades existentes, mas também pensar em formas de permitir que todas as crianças participem de maneira igualitária, respeitando suas habilidades, interesses e individualidades. 

Por que brincar de forma inclusiva?

As brincadeiras inclusivas ajudam a desenvolver empatia, cooperação e respeito às diferenças. Além disso, permitem que crianças com deficiência ou outras necessidades participem ativamente, fortalecendo sua autoestima e ampliando suas possibilidades de interação social.

 

Crianças neurotípicas também se beneficiam desse convívio, pois aprendem a enxergar o mundo de diferentes perspectivas e entendem que cada pessoa tem seu próprio jeito de se expressar e participar.

Brincadeiras inclusivas para diferentes necessidades

Jornada dos sentidos 

Essa é uma brincadeira simples que pode ser adaptada para crianças com deficiência visual ou mobilidade reduzida. Em vez de uma corrida tradicional, a ideia é criar um circuito sensorial onde as crianças precisam identificar objetos pelo toque, cheiros ou sons. Para crianças com mobilidade reduzida, o percurso pode ser feito em cadeira de rodas ou sentado. 

Separe caixas com diferentes texturas (algodão, papel-alumínio, lixa, gelatina, entre outros). Coloque cheiros diferentes em potinhos (baunilha, café, lavanda). Use sinos, instrumentos musicais ou brinquedos sonoros. As crianças devem percorrer o circuito e identificar os elementos de acordo com os sentidos.

Teatro de sombras

O teatro de sombras permite que todas as crianças participem de forma confortável, independentemente de suas habilidades motoras ou comunicativas. Para crianças que têm dificuldades de fala, podem ser usados sons, músicas ou gestos. Para crianças com limitações motoras, um adulto pode auxiliar na movimentação das sombras.

Use um lençol branco e uma lanterna para criar um cenário de sombras. As crianças podem manipular recortes de papelão ou usar as próprias mãos para formar silhuetas. As histórias podem ser narradas por um adulto ou improvisadas pelas crianças.

Pintura com o corpo

Nem toda pintura precisa ser feita com pincéis. Deixe as crianças explorarem diferentes formas de arte usando o corpo, garantindo que todos possam participar. Crianças com sensibilidade tátil podem usar luvas ou explorar a pintura com objetos que não exigem contato direto.

Use tintas laváveis e grandes folhas de papel ou cartolinas. As crianças podem pintar com os pés, mãos ou até mesmo com esponjas e pincéis adaptados. Para quem tem limitações motoras, explore a pintura com balões cheios de tinta ou objetos que possam ser facilmente manuseados.

Jogos de tabuleiro 

Jogos como damas, dominó ou memória podem ser adaptados para crianças com deficiências visuais ou intelectuais. Use peças em alto relevo ou com cores contrastantes, e simplifique as regras, se necessário. O importante é que todos possam participar e se divertir.

Brincadeiras com bola 

Jogos como futebol ou queimada podem ser adaptados para incluir crianças com mobilidade reduzida. Use bolas maiores, mais leves ou com texturas, e permita que as regras sejam flexíveis. Por exemplo, em vez de correr, as crianças podem se movimentar em cadeiras de rodas ou rolar a bola no chão.

Como tornar qualquer brincadeira mais inclusiva?

Além dessas sugestões, qualquer brincadeira pode se tornar inclusiva com pequenos ajustes:

  1. Dê opções de participação: permita que as crianças escolham como querem brincar. Se uma atividade envolve correr, ofereça a opção de participar sentado ou de outra forma.
  2. Use múltiplos sentidos: brincadeiras que envolvem som, toque e imagem são mais acessíveis para diferentes perfis de crianças.
  3. Evite competições excludentes: em vez de premiar só quem chega primeiro, celebre diferentes conquistas e valorize o esforço de cada um.
  4. Adapte materiais: brinquedos e objetos podem ser ajustados para facilitar o manuseio por todas as crianças.

Ouça a criança e seus familiares: por último, mas não menos importante, entenda que não há nada mais inclusivo do que ser visto e considerado. Portanto, pergunte para a criança qual sua brincadeira favorita e dê espaço para que ela mostre sua maneira de brincar. Não tenha receio de abordar os pais ou cuidadores para saber qual a melhor forma de incluir a criança na atividade.

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