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Dia dos Pais: como apoiar pais que estão tentando ser mais presentes e participativos na vida de seus filhos?

Mais do que um presente, pais precisam de incentivo, acolhimento e reconhecimento em sua jornada de cuidado

Durante muito tempo, a imagem do pai esteve ligada à figura do provedor, aquele que trabalha fora, garante o sustento da família, mas pouco participa da rotina doméstica e dos cuidados com os filhos. Felizmente, mesmo que em passinhos pequenos, essa realidade tem mudado. Hoje, é possível ver pais interessados em estar presentes de verdade: participando do banho, da hora do sono, da escolha da escola, das reuniões pedagógicas, das birras, das febres e das descobertas do dia a dia.

Essa mudança é poderosa. Um pai envolvido e afetuoso fortalece os vínculos familiares, contribui para o desenvolvimento emocional da criança e ainda rompe padrões que já não fazem mais sentido. Mas ser um pai presente nem sempre é simples. Muitos enfrentam preconceitos, falta de referências, jornadas de trabalho longas, inseguranças e até mesmo resistência dentro da própria família.

A seguir, trazemos algumas reflexões e caminhos para incentivar essa participação com acolhimento e respeito.

Reconheça os esforços, mesmo os pequenos

Ser um pai presente nem sempre é fácil, especialmente quando se cresce em uma cultura que não ensina homens a cuidar. Por isso, reconhecer os esforços que esses pais estão fazendo é fundamental – ainda que pareçam simples, como trocar uma fralda, preparar um lanche ou brincar no chão. O reconhecimento fortalece a autoestima e mostra que o caminho trilhado faz sentido.

Evite comentários como “não faz mais que a obrigação” ou “quer aplauso por cuidar do próprio filho?”. Embora seja verdade que a criação de filhos é uma responsabilidade compartilhada, o incentivo é mais eficaz do que a crítica. Toda mudança de comportamento exige apoio.

Compartilhe responsabilidades com leveza

Se o pai está começando a se envolver mais na rotina da criança, é natural que nem tudo saia como o esperado. Pode ser que a roupa escolhida não combine, que o lanche tenha mais açúcar do que deveria ou que ele se esqueça de algo importante da escola. Tudo bem. Cuidar também se aprende com o tempo e com espaço para errar.

Evite controlar cada passo ou corrigir tudo o tempo todo. Quando a mãe (ou outra pessoa cuidadora) centraliza todas as decisões, o pai tende a se afastar por insegurança ou até mesmo comodismo – não dê espaço para isso! Criar juntos é um exercício de parceria, aprendizado e construção.

Incentive o vínculo direto entre pai e filho

Muitas vezes, os pais ficam em segundo plano porque a criança procura sempre a mãe ou outra figura de referência, mas é importante que o pai tenha a oportunidade de criar seu próprio jeito de se relacionar com o filho. Deixe que eles inventem brincadeiras, tenham seus próprios rituais e momentos especiais, como a leitura antes de dormir, um passeio aos domingos ou a preparação do café da manhã juntos. Quando o vínculo entre pai e filho se fortalece, a participação se torna mais natural e prazerosa para os dois lados.

Questione os estereótipos

Frases como “pai não sabe cuidar”, “homem é distraído”, “isso é coisa de mãe” ainda são muito comuns e, muitas vezes, reforçadas de maneira inconsciente no cotidiano. Essas ideias atrapalham o envolvimento dos pais e perpetuam a ideia de que eles não são capazes de exercer o cuidado.

Uma forma de apoiar pais participativos é justamente questionar essas falas, ampliar o repertório de referências e naturalizar a presença do homem em espaços de cuidado, como consultas pediátricas, rodas de conversa maternas ou reuniões da escola.

Incentive a participação em espaços de diálogo e acolhimento

Muitos homens cresceram sem referências de paternidade afetiva. Não sabem a quem recorrer quando têm dúvidas ou sentimentos difíceis. Apoiar esses pais também é oferecer espaço para conversar, errar, desabafar e repensar o que aprenderam sobre ser pai.

Grupos de apoio, rodas de conversa, leituras sobre paternidade ativa e até trocas informais entre amigos e familiares podem ser um bom começo. A escuta empática e o acolhimento fazem toda a diferença.

Neste Dia dos Pais, que tal celebrar não apenas com presentes, mas com atitudes que incentivam mudanças reais? Valorizar o pai presente é valorizar o bem-estar da criança, da família e da sociedade. Afinal, quando os cuidados são compartilhados com afeto e responsabilidade, todos ganham. Que possamos apoiar – com menos julgamento e mais parceria – os homens que estão se abrindo para viver a paternidade de forma mais inteira. Porque ser pai não é só estar por perto. É participar, construir laços e crescer junto. E isso, sim, merece ser celebrado.

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