Dar autonomia aos pequenos para decidir o que querem ler pode ser o caminho para despertar o prazer pela leitura desde cedo
Queremos propor um desfio: leve sua criança a uma livraria ou biblioteca e a deixe livre para explorar o espaço. Repare como ela vai ficar fascinada com as capas coloridas, os personagens diferentes e as histórias que podem ser encontradas em cada virar de página. Para além de ser uma experiência divertida, deixar que as crianças explorem esses universos da literatura e escolham seus próprios livros pode ter um impacto muito positivo no desenvolvimento do gosto pela leitura.
Quando as crianças têm a chance de escolher o que vão ler – ou o que lerão para elas –, o sentimento de tomar uma decisão sobre si traz um senso de poder e pertencimento muito valiosos. Essa autonomia é importante para o desenvolvimento de diversas habilidades, como a autoconfiança e a percepção de responsabilidade.
Ao decidir qual livro quero levar para casa ou qual história gostariam de ouvir na hora de dormir, eles estão exercendo a capacidade de fazer escolhas e lidar com as consequências delas. Além disso, escolher algo que realmente lhe interesse torna a experiência de leitura muito mais prazerosa dissociando a leitura da obrigação e associando a momentos de diversão e descoberta.
A importância do interesse pessoal
Quando oferecemos às crianças livros que falam sobre temas que elas já gostam, as chances de elas se envolverem com a história aumentam. E quem melhor do que elas própria para saber do que gosta? Ao permitir que os pequenos façam suas escolhas, abrimos espaço para o desenvolvimento de suas preferências e interesses próprios. Por exemplo, uma criança que ama histórias de aventura pode acabar se encantando por livros com enredos de ação e mistério. Já outra, que gosta de animais, pode optar por livros de histórias com bichos, e assim por diante. Essa liberdade ajuda a criar uma relação mais natural com os livros e torna a leitura algo pessoal e significativo.
Embora a liberdade de escolha seja importante, o papel dos pais e cuidadores nesse processo também é essencial. Cabe a eles oferecer um leque de opções variadas, que sejam adequadas ao nível de conhecimento da criança. Porém, é importante lembrar que essa orientação não deve se transformar em imposição. O ideal é que os adultos apresentem as opções e deixem a criança explorar, incentivando o hábito da escolha e, claro, apoiando o prazer que vem junto com a leitura.
Incentivar o interesse
Um dos maiores benefícios de permitir que as crianças escolham seus próprios livros é que isso estimula a curiosidade natural delas. Quando envolvidas na escolha, elas tendem a fazer perguntas, imaginar o que vai acontecer na história e criar expectativas sobre os personagens. Tudo isso fortalece o vínculo com os livros e aumenta a curiosidade por novos temas e histórias.
Ao se sentirem livres para explorar o que mais lhes chamam a atenção, os pequenos vão descobrindo novos mundos e expandindo seus horizontes. Essa prática pode levá-los a conhecer gêneros diferentes, como poesia, contos de fadas, ficção científica ou histórias sobre o cotidiano, que, de outra forma, talvez não despertassem tanto interesse.
Lembre-se que a leitura é uma habilidade que se desenvolve com o tempo e a prática. Quando as crianças podem escolher seus livros, elas se sentem mais motivadas a ler por conta própria, sem precisar que os adultos interfiram tanto no processo. Essa autonomia é um passo importante para criar leitores que gostam de explorar histórias, personagens e universos por si mesmos.