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Começar o ano lendo: como criar (ou retomar) o hábito de leitura em casa

Pequenas ações diárias podem transformar os livros em companheiros constantes na vida das crianças e dos adultos também!

O início de um novo ano é sempre um convite à renovação. Fazemos planos, traçamos metas e sonhamos com dias mais tranquilos, produtivos e significativos. Entre tantas promessas, há uma que merece um lugar especial: ler mais. E, se possível, ler junto com as crianças.

Criar (ou retomar) o hábito de leitura em casa é um gesto simples, mas capaz de mudar o clima da rotina familiar e fortalecer vínculos de forma profunda, principalmente nessa era de estímulos rápidos e telas que disputam a atenção. Abrir um livro, portanto, é quase um ato de resistência. A leitura desacelera, convida à escuta e à imaginação. E quando acontece em família se torna também uma forma de afeto.

Além de todos os benefícios cognitivos, como melhora da linguagem, ampliação do vocabulário, estímulo da criatividade e da empatia, a leitura em casa tem um poder simbólico importante. Quando a criança vê os adultos lendo, entende que o livro é parte da vida, não uma obrigação escolar. O exemplo é mais forte do que qualquer discurso.

Quer uma ajuda para começar o ano literário com o pé direito? Então, dê uma olhadinha nas nossas dicas:

Crie um cantinho da leitura: não é preciso muito, basta uma almofada confortável, uma cesta de livros, uma luminária suave. O importante é que o espaço convide ao aconchego e à pausa. Pode ser no quarto, na sala ou até na varanda. Um cantinho da leitura ajuda a transformar o ato de ler em um ritual cotidiano, um lugar de calma dentro da casa.

Escolha livros que despertem curiosidade: o segredo está em oferecer variedade, por exemplo, livros de imagem, contos curtos, histórias engraçadas, poesias, revistas e até livros de curiosidades científicas. Quando a criança participa da escolha, a leitura deixa de ser uma tarefa e se torna uma descoberta. Também vale visitar bibliotecas, feiras literárias e livrarias. Levar as crianças para esses lugares é apresentar a elas o universo da leitura como um território de prazer.

Transforme a leitura em rotina (mas sem rigidez): ler um pouco todos os dias é melhor do que ler muito de vez em quando. Pode ser antes de dormir, depois do almoço ou num momento de descanso. O importante é que o hábito se encaixe naturalmente na rotina familiar. E se em algum dia não der certo, tudo bem. O essencial é não transformar a leitura em cobrança. Mais importante do que “quantos livros” é o “como” se lê: com presença, envolvimento e prazer.

Leia em voz alta (mesmo para os maiores): ler em voz alta é uma das formas mais poderosas de cultivar o gosto pela leitura. A entonação, o ritmo e as pausas dão vida às palavras e ajudam a construir o imaginário da criança. Mesmo os leitores mais experientes se encantam ao ouvir histórias. Que tal revezar? Um dia o adulto lê, no outro a criança lê um trecho. Essa troca é uma forma de valorização e autonomia, além de fazer com que a leitura se torne um momento de parceria, não de ensino.

Faça da leitura um tema de conversa: pergunte o que mais chamou atenção, qual personagem a criança mais gostou ou como ela imaginou o final da história. Conversar sobre o que se lê ajuda a fortalecer o vínculo afetivo e estimula o pensamento crítico. Essa troca também aproxima mundos, afinal, o adulto conhece o olhar da criança e a criança percebe que suas ideias têm valor.

Mostre que ler é mais do que abrir um livro: a leitura não acontece só nas páginas encadernadas. Está nas placas da rua, nas receitas de cozinha, nas cartas antigas, nas mensagens do dia a dia. Aproveitar essas pequenas leituras cotidianas também é uma forma de manter o olhar curioso e leitor ativo. E que tal incluir a escrita? Criar um diário de leitura, fazer desenhos inspirados nas histórias ou montar um mural com as frases preferidas são maneiras de prolongar o encantamento.

Redescubra o prazer de ler você também: muitos adultos se afastam da leitura por falta de tempo, cansaço ou simplesmente porque o hábito se perdeu. Mas retomar o contato com os livros pode ser uma forma de autocuidado. Um momento só seu, silencioso e restaurador. Ler junto das crianças – e também por conta própria! – mostra que a leitura é um gesto de presença, não apenas com o outro, mas também consigo mesmo.

Dica extra: monte um calendário literário simples em casa. Cada mês, uma nova leitura, que pode ser um livro, uma poesia, um autor diferente ou até um tema. Envolva as crianças na escolha e, ao final do ano, revisitem juntos esse percurso. Assim, o hábito de leitura se transforma em uma linda memória compartilhada

Começar o ano lendo não precisa ser uma meta rígida, mas um convite para desacelerar, imaginar, conversar e se reconectar. Livros têm esse poder: o de abrir mundos e aproximar pessoas. Que tal escolher hoje o primeiro título do ano? Pode ser um livro que ficou esquecido na estante ou aquele que vocês sempre quiseram ler juntos. O importante é abrir a primeira página e deixar que a história aconteça.

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